A gente sempre se acha no direito de escolher, de ser a última coca-cola do deserto, o último reduto de sabedoria, a última notícia.
Mas primeiro, a gente tem que ver o nosso tamanho.
Olhe pra cima. Depois da camada de poluição, milhões de estrelas que não enxergam em nós o mesmo brilho. Aliás, não vêem nem sinal de nós. Nossas construções colossais, nossas pontes suspensas, nosso ego inflado. Tudo pode ser esmagado com um simples estalo de placas tectônicas.
TEC.
Enquanto isso, o relógio da vida vai girando. Gente nasce, gente morre, gente deleta o Orkut. Da nossa era de papel, não vai sobrar nem o pó (sem piadinhas com a Amy Winehouse, por favor).
Se não sobram pontes, viadutos e arranha-céus, o que dirá da sua historinha pequena. Mesmo que você seja eleito o primeiro presidente do mundo, o tempo vai varrer pra galáxia a sua insignificância.
TIC-TAC.