segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Diminuta dimensão.

A gente sempre quer um pouco de tempo a mais. Pra resolver um problema, contar um história ou simplesmente conferir o twitter.

A gente sempre se acha no direito de escolher, de ser a última coca-cola do deserto, o último reduto de sabedoria, a última notícia.


Mas primeiro, a gente tem que ver o nosso tamanho.


Olhe pra cima. Depois da camada de poluição, milhões de estrelas que não enxergam em nós o mesmo brilho. Aliás, não vêem nem sinal de nós. Nossas construções colossais, nossas pontes suspensas, nosso ego inflado. Tudo pode ser esmagado com um simples estalo de placas tectônicas.


TEC.


Enquanto isso, o relógio da vida vai girando. Gente nasce, gente morre, gente deleta o Orkut. Da nossa era de papel, não vai sobrar nem o pó (sem piadinhas com a Amy Winehouse, por favor).


Se não sobram pontes, viadutos e arranha-céus, o que dirá da sua historinha pequena. Mesmo que você seja eleito o primeiro presidente do mundo, o tempo vai varrer pra galáxia a sua insignificância.


TIC-TAC.


Hora marcada.

Chegou o grande dia. Aquele temido por todos os autores de blog: o dia de escrever um post sobre a falta de vontade, de inspiração ou de tempo para escrever. Ou sobre tudo isso junto.

Tempo não me falta. Já inspiração, vem em pequenas doses diárias, em pessoas e situações que passam pelos olhos e pela mente. E a vontade?

 
Ela existe, cheia de saudade.

Saudade de poder escrever o que dá vontade, sem profissionalismo. Nada de clientes, atendimentos ou diretores de criação no pé, amedrontando as ideias e cavando trincheiras irresponsáveis, assassinando a sensatez e a decência humana.


Como dizia alguém que realmente sabia escrever:


Chega de saudade.