terça-feira, 30 de junho de 2009

Brahma - da África, para a Africa

Fechando a série de anúncios em homenagem à Seleção Brasileira, campeã da Copa das Confederações na África do Sul, um anúncio da Brahma, criado pela Africa, com o mote "brahmeiro":



Só eu que achei o anúncio feio, sem graça e óbvio? Tá, com a foto dos jogadores não tinha como ficar bonito, mas pelo menos engraçado e divertido poderia ter ficado, afinal o cliente é uma marca de cerveja, não um banco.

E alguém pode me explicar por que um anúncio formado por foto simples + arte padrão + texto óbvio precisa de 5 diretores de criação????

Isso sem falar nos dois planejamentos, nos três mídias e nos dois produtores.

Continuando a série de textos sem graça, se depender da Africa, o Brasil nunca vai pra África.

Nike - Canarinho marca território

O CCSP publicou mais um anúncio de oportunidade criado em homenagem à Seleção Brasileira, campeã da Copa das Confederações.

Em criação da F/Nazca S&S para a Nike, um canarinho mija (ninguém urina ou faz xixi para impor alguma coisa) em uma árvore na África do Sul, numa forma irreverante e marcante de dizer que nossa seleção marcou o território, que sediará a próxima Copa do Mundo.



Além de veículos tradicionais como Folha de São Paulo e o Globo, peças com o canarinho estarão em metrôs e banheiros de São Paulo e Rio de Janeiro.

Depois da bizarra criação ilustrada da DPZ para a Vivo, foi bom ver algo de crua e simples criatividade, assim como o futebol da Seleção Brasileira.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vivo - O ataque dos zumbis

Não vou nem gastar meu teclado. Artigo publicado no CCSP:


A DPZ criou anúncio de oportunidade para Vivo, no qual a operadora de telefonia homenageia a Seleção Brasileira, campeã da Copa das Confederações neste domingo (28), após derrotar a seleção norte-americana de futebol, por 3 a 2, de virada.

A peça informa ainda que a Vivo é a patrocinadora oficial da Seleção Brasileira.

A direção de arte traz o traço de José Zaragoza, um dos sócios da agência e artista plástico, que sempre dedicou parte importante de sua obra para retratar momentos esportivos, em especial o futebol.

A peça está sendo veiculada nos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e JT.


Seria uma homenagem também ao Michael Jackson, ou esses jogadores ilustrados com cara de zumbi são mera coincidência? E que texto é esse?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Gato do mato vira leão em Cannes

Como que o festival de publicidade mais importante e concorrido do planeta concede o Grand Prix em Press para isto?



Posso até entender que "we are animals" (somos animais) pode ser um conceito interessante para a wrangler. Posso até entender os motivos do cliente em ter aprovado a criação da Fred & Farid de Paris, mas nunca vou entender como isso ganhou o maior prêmio da categoria que já foi a mais importante do Cannes Lions Festival.

Por falta de concorrente é que não foi. Disseram nos bastidores que o Grand Prix não foi para campanha criada pela DM9 para a LatinStock simplesmente por ela ser direcionada principalmente a publicitários, o que soaria como camaradagem, ou em outras palavras, marmelada. Tal suposição não deveria nem passar pela cabeça daqueles jurados adornados com seus adidas coloridos e óculos de aro grosso. Eles foram convocados porque teoricamente têm discernimento para saber se uma campanha é boa ou ruim, se é melhor ou pior que a concorrente, e não para dar prioridade a peças voltadas para determinado público.

O pessoal da CLM BBDO, responsável por campanha para a Alka Seltzes, também deve ter estranhado.

Dessa vez pelo menos não estou sozinho nesta indignação. O CCSP publicou a notícia de tal GP em press e logo foi invadido por comentários indignados, e se utilizaram os nomes verdadeiros, são pessoas inlfuentes no mercado.

As fotografias podem ter ficado interessantes, as fontes podem ser adequadas e etc, mas isso é peça que hoje em dia não vemos nem em portfólio de candidato a estagiário. Eu mesmo não colocaria no meu, e acho que você também não.

Que o Palais do festival na riviera francesa seja derrubado pelas vaias dos inconformados.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Cassaram o mandato dos jornalistas

Que título horrível. Ou melhor, que péssima manchete. E cadê o "lide" do post? Vamos nos atentar às retrancas (crtl F + retranca).

Jornalismo é algo tão simples que em dois parágrafos a wikipedia explica os três únicos termos que eles tanto se gabam de saber o significado (se você não entendeu, estou falando das três palavras linkadas acima).

O fim da exigência de diploma para o exercício  do trabalho de jornalista, mesmo que o STF seja pressionado e volte atrás, é algo completamente justo, e demorou para acontecer. Demorou pela união da classe e pelos métodos escusos com que se defendem. Armados com suas fontes secretas e com o poder de ataque da mídia, constroem alianças nebulosas e ameaçam aqueles que podem derrubá-los.

OK...exagerei um pouco no tom. Não são hienas ou abutres famintos, são profissionais, que como quaisquer outros, querem respeito, dignidade e liberdade de expressão. O problema está na qualidade de grande parte dos profissionais, "graduados" em faculdades que mais parecem shoppings centers, que não ensinam o estudante a pensar, e pior ainda, aceitam alunos que mal sabem escrever - sim, todo mundo, de qualquer área, deve ser muito bem alfabetizado para poder entrar em uma universidade, principalmente de comunicação. O lugar de ser alfabetizado é a pré-escola, não a universidade.

A necessidade do diploma deveria existir somente para cursos como engenheria e medicina, que lidam com vidas. E Direito? Só a figura do advogado já é completamente descecessária. As leis são feitas para o conhecimento de todos, e ter alguém especializado nisso, em defender e atacar se aproveitando de brechas, prova que a sociedade deve ser toda revista.

Voltando ao assunto, quando entrei na faculdade de comunicação, para cursar Publicidade e Propaganda, sabia muito bem que a profissão não exigia diploma. Eu não estava ali em busca de um pedaço de papel (que aliás, ironicamente precisei pagar R$ 80 para retirar, isso em uma universidade pública), ou de exclusividade para trabalhar em algum lugar, mesmo sabendo que assim seria mais fácil. Eu estava ali em busca de conhecimento, o que, dado o grau de degradação da estrutura física e do corpo docente da faculdade, tive e ainda tenho que buscar em outros lugares.

O que faz o profissional ser aceito e respeitado no mercado não é o pedaço de papel, e sim sua competência. Que o digam os maiores publicitários do país, como Washington Olivetto (bacharel em nada), Roberto Justus (administrador) e o novato Wagner Martins (economista, mais conhecido como Mr. Manson, criador do Cocadaboa e sócio da Espalhe). Grandes dos atuais contadores de histórias reais (ou seja, jornalistas), também são formados em outras áreas, ou em nada, como Dráuzio Varella (médico), Jô Soares e outros muito melhores que não me recordo agora. E imaginem se o Faustão, que cursou medicina e se formou em direito pela USP, precisasse de diploma de Apresentador?

O que me motivou a escrever esse post foi o artigo (ou matéria?) que li no blog Rio Acima, do jornalista Marcelo Migliaccio,  que ficou muito melhor e mais respeitoso que o meu, mas ainda assim voraz em seu apoio à liberdade de expressão.

Não gosto de replicar grandes pedaços de texto, e mesmo com o original linkado acima, pelo menos o final merece ser repetido aqui:

"Até o jornalista esportivo carece de conhecimento especializado. Quantas vezes assisto a um jogo de futebol e, no dia seguinte, quando vou ler as críticas às atuações dos jogadores fico revoltado. Um cara que jogou bem taticamente leva nota baixa e um perna de pau que fez um gol de canela é alçado à condição de novo ídolo da nação. Os melhores analistas de futebol que já vi _ Tostão, João Saldanha e Casagrande _ nunca sentaram numa faculdade de jornalismo, mas se expressam (pretérito no caso do Saldanha) maravilhosamente, tanto em texto quanto diante de uma câmera. E, se tiverem que fazer uma entrevista, o farão sem problemas, porque perguntar é uma coisa natural até para uma criança de 2 anos."

Caso a obrigatoriedade do diploma retorne, cadastre-se em uma dessas cantinas/universidades que têm em toda esquina e pegue seu diploma em menos de dois anos. Formado, você vai poder dar uma de Luciano do Valle.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Festival Mundial de Publicidade de Gramado 2009 - II

Chegou ao fim mais um Festival. (oficial).

Nunca ganhei tão poucos brindes. Além de jornais bobos, a única coisa que faturei foi uma fatia de marshmallow. Foi-se o tempo em que patrocinadores distribuíam revistas e brindes como bonés, chaveiros e broxes. Nem a capanguinha (sacola, porta-coisas, bolsa) do Festival em peguei, e por um simples motivo:

EU NÃO FIZ INSCRIÇÃO.

Isso mesmo. NÃO PAGUEI UM CENTAVO PARA PARTICIPAR DO EVENTO. Nas edições de 2003 e 2005, ainda estudante, ainda mais quebrado, paguei o montante exigido pela inscrição, ganhei bolsinha, bloquinho, canetinha e todos esses brindezinhos vagabundinhos, mas tive que assistir muitas palestras em pé, enquanto colegas que sabidamente não tinham se inscrito se esbaldavam nas cadeiras e festas do evento.

E é por isso que o Brasil não vai pra frente. Por essas atitudes baixas, vingativas, de brasileiro médio metido a esperto só porque corta o congestionamento pela direita, fura a fila do pão, entra no elevador antes das pessoas saírem e acha graça em entrar de penetra, o país é uma vergonha.

Ok, o problema nacional pode ser desvio de caráter, mas o do Festival de Gramado é falta organização. Nenhum malandrinho entraria sem pagar se houvessem catracas, seguranças ou qualquer outro veta-golpe. E outra:

QUEM LIGA PARA O FESTIVAL?

A Governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, imersa em escândalos e afogada em falta de popularidade, abriu com pompa o evento. Nelson Sirotsky, filho de Maurício Sirotsky Sobrinho e Proprietário do Grupo RBS, fez discurso solene. Ex-presidentes do Festival e o patrono Washington Olivetto preencheram a bancada. O dono da W/Brasil mostrou que o comercial da Valisere, do primeiro sutiã, ainda hoje serve de inspiração para campanhas de todo o mundo e vez ou outra é lembrado por personalidades nacionais. Com slides em inglês, "aproveitados de uma palestra dada em Londres", Olivetto destacou a "inovação" das novas campanhas da W/Brasil.

Nada muito genial. Uma ação aqui, uma coisa tecnológica ali, uma guerrilha acolá, e vejo a maior agência da história no mesmo patamar de qualquer boutique de criação em Roraima. Claro que com mais dinheiro, clientes mais receptivos e um proprietário famoso, mas a mesma essência, com a tal "inovação" que já está sendo feita por todo mundo.

Interessante mesmo nesse dia foi saber que o William Bonner é publicitário, e pasmem, trabalhou como redator. O apresentador apareceu em um telão, em plena bancada do Jornal Nacional, para remotamente receber um prêmio desconhecido. Já Marcelo Serpa, que estava cotado para fazer a palestra de encerramento, também deu as caras só pelo telão, justificando a ausência por estar de férias. Nem precisava se explicar, quem segue o twitter dele sabe muito bem que ele estava na Índia. Aliás, Marcelo, se eu fosse você, desligaria o MacAir e iria descansar de verdade.

Além de palpitar em O Aprendiz (com sugestões que o Justus nunca segue) e trabalhar no Grupo Newcomm, Walter Longo serve para dar ótimas palestras. Sem dúvidas o mais comentado e admirado do evento, ele foi aplaudido de pé. Provando ser muito mais que um jurado dos tempos modernos, que um Pedro de Lara ou uma Sônia Lima com cargo de executivo, ele criticou, exemplificou e fez uma apresentação verdadeiramente interessante e inovadora.

Profissionais estrangeiros e de agências da moda também discursaram para a massa majoritariamente estudantial: muitos de AllStar, Adidas, óculos aro grosso, enfeitados de clichês visuais do mundo publicitário, mas em grande parte, realmente interessados em aprender, inovar e vender a própria dignidade a preço de banana.

E o pior: O destino de todos eles é cair nas doces páginas do Vamos Falar Mal.

Logo mais, ou semana que vem, um post com fotos e vídeos do evento.