quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dicionário Candango (Brasiliense)

Brasília não tem esquina, não tem cultura e não tem sotaque. Mas já tem um vocabulário próprio.
Geralmente entremeadas por dezenas de palavrões, estas são algumas palavras e expressões bastante ouvidas na terra das cigarras, com seus respectivos significados.

BANDÃO: tapa, empurrão, safanão, aplicado de maneira forte e brusca. Termo conhecido por todo o DF, mas usado principalmente em Taguatinga, Ceilândia e Samambaia.
Exemplo 1: "Caralho velho, tomei um bandão e caí de cara no chão da micareta".
Exemplo 2: "Que cu velho, um filho de um uma puta deu um bandão na minha bike hoje, quase caí no meio do eixão".
Exemplo 3: "Porra, já falei, vaza da minha quadra ou vai tomar uma bandão, mulek!"

ESPARRAR: utilizada principalmente por moradores das regiões de Taguatinga e Guará, significa "espalhar notícia", "folgar com alguém" ou "tirar uma de fanfarrão".
Exemplo: "Então tu foi de camarote no show da Ivete?? Não esparra, brother, tu é mó quebrado".

ESPARRADO: variação do verbete anterior, com um significado de "exagero".
Exemplo: Caralho brother, o Flameeeingo vai ganhar esparrado o Carioáca esse ano!".

FRIACA: expressão brasiliense provavelmente usurpada dos cariocas, um povo venerado e copiado pelos brasilienses. Significa excesso de frio, onda de frio", frio polar intenso ou simlpesmente um vento gelado, daqueles que varrem o Pier 21 ou o Setor Bancário Sul.
Exemplo: "Brotherrr, que friaca é essa?? Vou na Mormaii comprar uma bermuda mais quentinha, tá ligado?"

PALA: "falha", "tilt". Quando relacionado a pessoas, representa "surto" ou "maluquice".
Exemplo 1: "Velho, deu pala no meu computador, caralho!".
Exemplo 2: "Porra, tu viu a Bia no churras?? Deu mó pala depois de beber a tequila!"

Ainda existem aquelas exploradas amplamente pela trupe do Legião Urbana, como por exemplo "camelo", que dizem ser bicicleta. Embora eu nunca tenha ouvido alguém falar em lugar nenhum. Nem mesmo em Brasília.

domingo, 23 de outubro de 2011

Mais sobre Vivilia e seus redatores freelance.

Depois de me inscrever e escrever um artigo teste para o Vivilia, nunca mais tive notícias do site. Procurando referências na internet, não encontrei opiniões, sejam positivas ou negativas. Nada que comprove sequer algum histórico da empresa com algum redator freelance.

Vasculhando mais um pouco, encontrei o mesmo questionamento em um site espanhol, chamado El Blog del Redactor Freelance.

Tomei a liberdade de traduzir para o português e publicar aqui, com alguns adendos e adaptações à realidade brasileira. Abaixo, na íntegra, o post traduzido.
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Após o comentário de um leitor, eu tenho pesquisado Vivilia.com e queria compartilhar minha opinião com vocês. Vivilia.com é um portal argentino que criou uma comunidade de escritores freelance, dedicados a escrever o conteúdo para a internet.

O site afirma ter mais de 1.000 funcionários ao redor do mundo, produzindo conteúdo e aplicações em inglês, espanhol, italiano, francês, português e alemão.

O conteúdo gerado, é teoricamente publicado em sites e blogs de clientes e são monetizados com publicidade. Parte da renda é então compartilhadas com os editores que criaram o conteúdo.



A verdade é que eu não sabia desta empresa e não encontrei muita informação online sobre ela. Isso me intriga muito, provavelmente pelo fato de que é um portal para argentino, e não espanhol, que é o mercado que domino. No entanto, o site parece muito profissional e comprovei que procuram copywriters com anúncios de ofertas de emprego, busca que também fazem em classificados online e perfis no twitter, como o brasileiro @trampos.

Até U$ 8 por artigo.

De acordo com informações publicadas no Vivilia, na seção de perguntas mais frequentes, eles afirmam pagar entre US $ 2 e $ 8,50 para um artigo de 400 palavras em espanhol. No entanto, a remuneração varia de acordo com a categoria do editor. Categorias variam de 2 a 5 estrelas, e os mais qualificados escritores são bloggers que têm experiência e prestígio no campo em que escrevem. Os pagamentos são feitos pelo Paypal ou por transferência bancária Moneygramm. São mensais e são realizadas um mês após o envio dos artigos.

Uma coisa ruim é que o custo das transferências e pagamentos internacionais são pagos pelo empregado. Dado que a empresa está na Argentina, as taxas de transferência podem comer a maioria do dinheiro. Então é melhor você abrir uma conta Paypal, embora este serviço também cobre taxas bastante elevadas para cargas internacionais.

Algumas dúvidas.

Outro aspecto que me chamou a atenção, é que para se cadastrar no site exigem que você apresente um texto inédito, sobre tema definido por eles. Não está claro o que farão com este artigo. Eu imagino que seja uma espécie de filtro para manter o banco de dados apenas com candidatos que sejam realmente capazes de escrever conteúdo de qualidade.
No entanto, um leitor do blog me disse que enviou o artigo de teste e nunca teve resposta do Vivilia.com. Assim, poderia ser um truque elaborado para obter conteúdo gratuito, o que seria muito baixo e desleal.


Enfim, eu gostaria de saber sua opinião sobre Vivilia.com. Honestamente, de todos os portais para escritores freelance que eu vi até agora, me parece que esse é mais concentrado e poderia ser interessante, caso ele realmente funcione.

No entanto, fiquei um pouco surpreso por não ter encontrado quaisquer comentários na Internet, sendo que Vivilia supostamente  trabalha com mais de 1.000 editores.

De qualquer forma, se eu decidir montar uma comunidade de escritores, provavelmente, escolherei um formato bem semelhante ao Vivilia.com. Embora, naturalmente, aumentarei os rendimentos, porque 8 dólares não valem nada aqui na Espanha do euro. Talvez até compra alguma coisa na Argentina ou outro país sulamericano."
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Escrever um artigo de 400 palavras, totalmente inédito, bem escrito e fundamentado por menos de 10 reais? Se o seu conteúdo é realmente bom, você ganha muito mais escrevendo e monetizando seu próprio blog. Sem falar no orgulho autoral.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Diminuta dimensão.

A gente sempre quer um pouco de tempo a mais. Pra resolver um problema, contar um história ou simplesmente conferir o twitter.

A gente sempre se acha no direito de escolher, de ser a última coca-cola do deserto, o último reduto de sabedoria, a última notícia.


Mas primeiro, a gente tem que ver o nosso tamanho.


Olhe pra cima. Depois da camada de poluição, milhões de estrelas que não enxergam em nós o mesmo brilho. Aliás, não vêem nem sinal de nós. Nossas construções colossais, nossas pontes suspensas, nosso ego inflado. Tudo pode ser esmagado com um simples estalo de placas tectônicas.


TEC.


Enquanto isso, o relógio da vida vai girando. Gente nasce, gente morre, gente deleta o Orkut. Da nossa era de papel, não vai sobrar nem o pó (sem piadinhas com a Amy Winehouse, por favor).


Se não sobram pontes, viadutos e arranha-céus, o que dirá da sua historinha pequena. Mesmo que você seja eleito o primeiro presidente do mundo, o tempo vai varrer pra galáxia a sua insignificância.


TIC-TAC.


Hora marcada.

Chegou o grande dia. Aquele temido por todos os autores de blog: o dia de escrever um post sobre a falta de vontade, de inspiração ou de tempo para escrever. Ou sobre tudo isso junto.

Tempo não me falta. Já inspiração, vem em pequenas doses diárias, em pessoas e situações que passam pelos olhos e pela mente. E a vontade?

 
Ela existe, cheia de saudade.

Saudade de poder escrever o que dá vontade, sem profissionalismo. Nada de clientes, atendimentos ou diretores de criação no pé, amedrontando as ideias e cavando trincheiras irresponsáveis, assassinando a sensatez e a decência humana.


Como dizia alguém que realmente sabia escrever:


Chega de saudade.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vadia, piranha, devassa!

Dos festivais alternativos para as maiores gravadoras.

Do time de terceira divisão para a glória mundial.

Do lado b de uma fita k7 para as paradas de sucesso.

E a história se repetiu com a simples e gostosa cerveja Devassa.

Artesanal, exclusiva, saborosa. Feita para momentos únicos. Agora, uma cerveja fast-food, das massas, dos comerciais caros, da Paris Hilton e até da Sandy.

Ela desfilou no carnaval do Rio de Janeiro.

Mais: ela teve camarote exclusivo.

Ela não combinou nada com a Sandy.

Ela não combinou com nenhum samba-enredo.

Ela não combina mais nem com batata frita.

Brincadeira. Isso tudo é uma brincadeira, uma homenagem a essa deliciosa cerveja.

Mesmo fazendo sucesso nos palcos principais, tu és e para sempre serás a Devassa dos corações quentes do Brasil.

E um dia, quando a vontade e a coragem de pesquisar renascerem, terás um post decente.

Mas seja ruiva, morena, loira ou até extra-terrestre, sejas Devassa.